LITERACIA REGENERATIVA // 24

Há cerca de 10 mil anos, devido ao aumento da consciência do EGO, a espécie humana iniciou uma grande transformação na forma de pensar, sentir e agir. Havia chegado o momento de conhecer a si mesmo, de ampliar os processos de individuação e, consequentemente, ampliação das capacidades e habilidades dos indivíduos. Na linha do tempo da humanidade, podemos chamar esse momento de Radicalização do Ego e Cultura da Separação.

Essa tomada de consciência do EGO, é marcada pela separatividade, ou seja “Nosso senso de autoidentidade se alternou de nos vermos como parte da natureza para nos vermos como separados dela”.

O aumento da consciência do ego nos ajudou a adquirir um senso mais forte sobre nós mesmos e elevou nossa capacidade de autogestão e autoempoderamento. Permitiu que sobrevivêssemos a intempéries climáticas e nos possibilitou o conhecimento e o desenvolvimento psicológico, sociológico, tecnológico e evolutivo, mas também produziu desigualdades, injustiças, devastação ambiental, acúmulo, escassez e competição. Novos engendramentos do pensar, do sentir e do querer são necessários, para que possamos agir com vistas a salvar nosso futuro. 

Para que o nosso legado seja de esperança, precisamos no tempo presente, de todos os atores sociais unidos pela regeneração e (re)integração - e as organizações são parte fundamental deste legado. 

Organizações impactam o meio, que por sua vez impacta as organizações. Todas as esferas sociais são corresponsáveis pelos cenários social, econômico, político, ambiental e cultural. Na busca por mitigar os impactos negativos e previsões de futuro nada promissoras, diversas iniciativas estão sendo apresentadas, tais como: ODSs, ONU, ESG, RSC e DE&IP.

Ocorre que as ações dessas iniciativas não geram transformações significativas na velocidade que necessitamos. Deparam-se com um obstáculo: a mentalidade das organizações e das pessoas conectadas a elas. A estrutura organizacional da forma como é constituída, não permite que as diferentes abordagens como ODS ou ESG, por ex, possam ser implementadas a ponto de causarem a transformação profunda e ecossistêmica que tanto precisamos. Trabalhar com essas práticas não assegura a mudança de paradigma necessária para uma transformação real, que é sairmos do linear e alcançarmos o sistêmico.